Por Cristiano França
(Instagram: cfeleito)
“Logo a fé vem pelo ouvir, e o ouvir vem pela palavra de Cristo.” (Romanos 10:17)
Acho curioso quando algum irmão ou irmã em Graça diz que “nasceu no Evangelho” ou diz que está “no Evangelho” há vinte anos (por exemplo), mas só conhece a Graça há dois ou três anos. Eu mesmo procuro tomar cuidado ao me referir ao meu caso. Afinal, eu praticamente nasci em uma denominação religiosa (evangélica), mas não posso dizer que nasci no Evangelho, pois só passei a estar no Evangelho de fato e, por conseguinte, a ter manifestada em minha vida a genuína Fé em Cristo quando a revelação da Graça de Deus iluminou os meus olhos.
A verdade é que a Fé legítima deste Novo Pacto só vem à tona em nossa mente (só é verdadeiramente “ativada”) quando nós ouvimos a verdadeira Palavra de Cristo. Antes disso, podemos até ter uma “fé” (confiança) circunstancial, mas o crer verdadeiro que é inerente ao período pós-cruz — que nos livra das obrigações da Lei — só se manifesta quando o Evangelho revelado por Cristo Ressuscitado a Paulo no Terceiro Céu (2ª Coríntios 12:1-4) chega ao nosso entendimento.
Paulo nos ensina que quando esta Fé genuína se manifesta em nosso viver por meio do Evangelho da Graça de Deus, nós passamos a não precisar mais das obras da Lei e, consequentemente, ficamos livres também de todo e qualquer legalismo oriundo dos homens desviados da verdade (religião):
“Mas, antes que viesse a fé, estávamos guardados debaixo da lei, encerrados para aquela fé que se havia de revelar. De modo que a lei se tornou nosso aio, para nos conduzir a Cristo, a fim de que pela fé fôssemos justificados. Mas, depois que veio a fé, já não estamos debaixo de aio.” (Gálatas 3:23-25)
Ou seja, quando ouvimos o Único Evangelho deste Novo Pacto — a Graça de Deus — a Fé vem e passamos a não mais nos submeter a nenhum outro tutor que não seja a Palavra. Quando Paulo se refere a “ser guiado pelo Espírito”, ele está falando justamente disto: de não sermos mais guiados por mandamentos, ordenanças, proibições, imposições ou cerimônias, mas, sim, somente pelo Espírito, isto é, pela Palavra do Evangelho:
“Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei.” (Gálatas 5:18)
Enquanto alguém está envolvido com mandamentos das obras da Lei (um que seja) a genuína Fé ainda não se manifestou em sua vida. Nós vemos hoje em dia surgir algumas denominações que afirmam pregar a Graça. A princípio isto é algo excelente e maravilhoso. Contudo, muitas delas — seja por falta de revelação ou para atender aos interesses dos líderes — ainda estão fermentadas com “Santa Ceia”, dízimo, entre outros. Isto, sem falar de alguns pontos que não são ordenanças da Lei, mas que, de qualquer forma, não deixam de ser heréticos. Exemplos: postura pentecostal, doutrinas que põem no futuro a parousia de Jesus, defesa da existência do mítico inferno espiritual, entre outras aberrações.
É essencial que o povo do Senhor compreenda que qualquer fermento, por menor que seja, nos impede de vivermos a plenitude da Fé deste Novo Pacto:
“Um pouco de fermento leveda a massa toda.” (Gálatas 5:9)
Nosso chamado nesta Nova Aliança é para vivermos somente por Fé, isto é, sem as obras da Lei. Ativar estas obras em nossas vidas faz com que ressuscitemos o Antigo Pacto e pisemos na essência da Graça que é a liberdade que Cristo conquistou por nós. E isto é até uma questão de lógica, pois se já morremos para a Lei (como a Palavra afirma em Romanos 7:4), ou seja, se a Lei já está morta para nós, por que fazê-la ressurgir em nosso cotidiano? Resumindo: viver nos mandamentos da Lei é anular os benefícios da Graça e, pior, é negar a Cristo (Gálatas 2:21; 5:4).
Deus já nos abençoou!