Por Cristiano França
(Instagram: cfeleito)
“Porque a lei foi dada por Moisés; a Graça e a verdade vieram por Jesus Cristo.” (João 1:17)
A resposta para a pergunta do tema parece bastante óbvia, principalmente se levarmos em conta o versículo acima. O texto histórico de João não nos deixa dúvidas: a Graça veio por meio de Jesus. Mas, se é tão evidente, por que a pergunta do tema, ainda assim, é pertinente?
Um dos pontos que o Evangelho da Graça nos desvenda logo nos primeiros contatos com a Revelação é o fato de que nós pertencemos ao Outro, ou seja, à outra manifestação de Jesus: ao Cristo Ressuscitado.
“Assim, meus irmãos, vocês também morreram para a lei, por meio do corpo de Cristo, para pertencerem a outro, àquele que ressuscitou dos mortos, a fim de que venhamos a dar fruto para Deus.” (Romanos 7:4 – NVI)
E uma das consequências de termos este entendimento é o fato de não buscarmos imitar muitas das obras de Jesus de Nazaré por sabermos que Ele estava debaixo da Lei — pois Ele veio justamente para cumpri-la — e também a capacidade que temos de filtrar os ensinos de Jesus enquanto judeu e retermos apenas o que é bom, ou seja, retermos apenas aquilo que está em linha com a Graça que o Cristo já ressurreto deu a Paulo no Terceiro Céu.
É fato que nós não imitamos todas as obras de Jesus de Nazaré e não assimilamos os aspectos judaizantes de Seus ensinos. Então, por que o texto bíblico diz que a Graça veio por Jesus Cristo, se Ele não ensinou todo o conceito da Graça para os Seus discípulos e para os demais judeus em Seu período aqui na Terra?
Sabemos que Jesus de Nazaré era o próprio Deus manifestado em um corpo humano e, por isso, não temos dúvidas que Ele sempre soube de toda a Revelação da Graça. Além disso, ainda há um texto que nos expõe um episódio muito interessante que confirma isto:
“Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora.” (João 16:12)
Jesus disse que havia muito ainda a ensinar, mas que seus ouvintes não estavam preparados para tais ensinos. Estas palavras de Jesus de Nazaré são a prova de que havia revelações muito maravilhosas a serem ainda ministradas. Evidentemente, Ele se referia ao Evangelho da Graça de Deus. Assim, mais uma vez surge a questão: como explicar que a Graça veio por Jesus, se Ele não podia ainda transmitir a Revelação? Muitos têm esta dúvida, mas não é difícil compreendermos isto. A Graça veio por Cristo, pois Ele mesmo foi o agente para que o Seu Favor Eterno se tornasse uma realidade para os Seus escolhidos:
“Mas não é assim o dom gratuito como a ofensa; porque, se pela ofensa de um morreram muitos, muito mais a graça de Deus, e o dom pela graça de um só homem, Jesus Cristo, abundou para com muitos.” (Romanos 5:15)
Como podemos constatar no versículo que acabamos de ler, através de Cristo a Graça se tornou abundante para todos os Seus. Por isso podemos afirmar sem qualquer dúvida: a Graça veio por Jesus Cristo!
Por intermédio da manifestação de Jesus Cristo em carne e de Sua Obra concretizada na cruz o poder da Graça nos alcançou, nos libertando da Lei, do pecado e de todo o contexto do Antigo Pacto (o “império das trevas”). Porém, o entendimento desta Graça veio por meio de Paulo que recebeu da boca do Justo (Atos 22:14) no Paraíso a Revelação do Único Evangelho para esta Nova Aliança.
Em suma: Cristo não veio para ensinar plenamente sobre a Graça. Ele veio para ser a Graça. O desígnio de ensinar sobre o que o Senhor fez no Calvário foi dado a Paulo, que foi escolhido desde antes da fundação do mundo para este fim: fazer o perfeito raciocínio do Pacto Eterno chegar às ovelhas.
SOMOS ABENÇOADOS POR DEUS!