Por Cristiano França
(Instagram: cfeleito)
“Eu próprio, meus irmãos, certo estou, a respeito de vós, que vós mesmos estais cheios de bondade, cheios de todo o conhecimento, aptos para admoestar-vos uns aos outros.” (Romanos 15:14)
Admoestar é avisar alguém da incorreção de seu modo de agir e pensar; é censurar para abrir os olhos do próximo para os erros que porventura possa estar cometendo. Enfim, é repreender a fim de corrigir as veredas daqueles com quem nos importamos. Portanto, admoestar é uma demonstração de amor. Não é por acaso que uma das principais funções dos pais é admoestar os filhos para que possam trilhar os melhores caminhos possíveis na vida e seguirem assim até a idade adulta:
“Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele.” (Provérbios 22:6)
Biblicamente, admoestar é advertir de maneira branda; é aconselhar com espírito de mansidão:
“Irmãos, se um homem chegar a ser surpreendido em algum delito, vós que sois espirituais corrigi o tal com espírito de mansidão; e olha por ti mesmo, para que também tu não sejas tentado.” (Gálatas 6:1)
A congregação dos romanos, como podemos ver no versículo citado no início do texto, cumpria os requisitos necessários para realizar este que é um dos mais importantes chamados para os eleitos de Deus e um dos principais motivos da existência da Igreja: o cuidado que os irmãos devem ter uns para com os outros. O primeiro aspecto que Paulo ressalta é que os romanos estavam cheios de bondade. Não existe a menor possibilidade de um irmão ter o anseio de cuidar do próximo se ele não estiver cheio de benevolência em seu coração. A bondade é fruto da presença do Espírito Santo em nossas vidas e é fundamental que esteja “ativada” em nossas almas a fim de que possamos ter a empatia necessária para oferecermos o cuidado àqueles que precisam:
“Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade (...) Porque o fruto do Espírito está em toda a bondade, e justiça e verdade.” (Gálatas 5:22; Efésios 5:9)
O segundo aspecto, não menos importante, que Paulo afirma sobre as qualidades da congregação de Roma é que eles estavam cheios de todo o conhecimento. Este, evidentemente, é um fator importantíssimo para que possamos admoestar nossos irmãos, pois a repreensão que a Palavra nos incentiva a fazer deve estar totalmente apoiada no conhecimento do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo. Não podemos admoestar o próximo apoiados em achismos ou em opiniões pessoais sem fundamento bíblico. Afinal, existem coisas que alguém pode achar que são “erradas” sem que haja qualquer comprovação bíblica de que sejam realmente censuráveis. Assim, é fundamental que conheçamos as diretrizes da Palavra para as nossas vidas de modo que não venhamos a censurar um irmão por algo que seja apenas um preconceito pessoal de nossa parte.
Algo importante que devemos ter em mente é que não podemos deixar de admoestar nossos irmãos por acharmos que esta seja uma atitude inadequada. Muitas vezes vemos o próximo em um caminho antibíblico e pensamos: “Não vou me meter na vida dos outros” ou “Não devo falar nada para o irmão não se aborrecer comigo”. Como disse no início, admoestar é uma atitude de amor, pois demonstra que você quer ver o seu irmão em bons caminhos e colhendo boas coisas. A inadequação não está no ato de repreender, mas pode estar na forma como fazemos o alerta ao irmão. Por isso é importante sempre sermos brandos e aconselharmos o próximo com mansidão.
Para finalizar, quero dizer que se você for alvo da admoestação de algum abençoado, saiba que seu irmão está te amando e está querendo o seu melhor. Certamente, se alguém está te repreendendo com amor e dentro da Palavra, é o próprio Deus que o está usando para abrir seus olhos e isto significa que o Eterno também te ama — e muito! (Hebreus 12:5-6).