Por Cristiano França
(Instagram: cfeleito)
“Mas de nada faço questão, nem tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do Evangelho da Graça de Deus.” (Atos 20:24)
Como podemos constatar no versículo que abre este texto, Paulo fez questão de rotular a Mensagem que ele pregava como “Evangelho da Graça”. Isto, obviamente, não foi por acaso. Paulo denominou assim a Palavra ministrada por ele, pois o Evangelho que recebeu de Jesus Cristo Ressuscitado no Terceiro Céu (2ª Coríntios 12:1-4; Gálatas 1:8-12) é a Mensagem definitiva para este Novo Pacto por evidenciar todos os benefícios da Obra de Cristo realizada na cruz que nos foram dados gratuitamente por Deus:
“Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus.” (1ª Coríntios 2:12)
Qualquer mensagem que ainda envolva o povo com a visão e as obras do Antigo Pacto, tais como: Páscoa judaica (“Santa Ceia” ou “Ceia do Senhor”), jejuns, dízimos, sábados, batismos etc. e que não evidencie os benefícios da Graça, tais como: Salvação eterna dos eleitos já consumada sem a necessidade de obras, justificação pela Fé, presença do Espírito Santo em nossas vidas, predestinação, fim do pecado, entre muitos outros benefícios, não é uma mensagem genuína para esta Nova Aliança.
O grande problema que quero abordar neste texto é o sofisma que tem sido apregoado por muitos dando conta de que é aceitável e até saudável que haja “visões diferentes” a respeito da Palavra de Deus (doutrinas católicas ou ortodoxas, evangélicos tradicionais, pentecostais, protestantes, neopentecostais, “hipergraça”, ente outros), pois, segundo os que defendem esta forma de pensar, a Sabedoria de Deus tem “muitas formas”. Eles entendem que o fundamento para este pensamento está neste versículo:
“Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus.” (Efésios 3:10)
Segundo este raciocínio terrivelmente herege, o fato de Paulo classificar a Sabedoria de Deus como “multiforme” significa que qualquer mensagem pretensamente cristã que fale de Deus é legítima. Inclusive, certo conhecido meu que pertence a uma denominação pentecostal, ao me ouvir falar sobre a Doutrina da Graça, disse: “Cristiano, a mensagem que você prega realmente é bíblica, mas não anula a visão da minha denominação, pois a sabedoria de Deus é multiforme”. Com isto pude notar a astúcia maligna de certos líderes que, na impossibilidade de negar a veracidade do Evangelho da Graça, resolveram apelar para este tipo de falácia a fim de tentarem validar suas visões distorcidas acerca do Evangelho.
Sem sombra de dúvidas a Sabedoria de Deus é multiforme (do grego “polupoikilos” que significa “muito diversificado”). Porém, só existe UMA VERDADE. Assim sendo, a palavra traduzida como “multiforme” não aponta para a legitimação de várias doutrinas. Não! O texto acena para a imensa amplitude e a diversidade de conhecimentos que existem na Sabedoria do ÚNICO Evangelho do Altíssimo para este Novo Pacto. E o contexto bíblico é muito claro a respeito do perigo da diversidade de doutrinas:
“Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.” (Efésios 4:14)
Enfim, não se deixe enganar por aqueles que distorcem a Palavra de Deus e querem validar seus argumentos por meio de falácias. Tenha em mente o seguinte: se não está cem por cento em linha com a Graça, não é legítimo; é vento de doutrina.
DEUS JÁ NOS ABENÇOOU!