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INSPIRAÇÃO OU REVELAÇÃO?

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Por Cristiano França

(Instagram: cfeleito)

 

“Toda a Escritura é DIVINAMENTE INSPIRADA, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça.” (2ª Timóteo 3:16)

 

Um dos muitos defeitos que o ser humano tem é a tendência de, em muitos casos, valorizar o que não se deve, em detrimento de coisas que verdadeiramente merecem ser apreciadas por nós. Essa troca de valores ocorre, e muito, no meio do sistema religioso em relação a revelação da Graça. Afinal, o que mais vemos no mundo todo são líderes religiosos valorizarem mais a inspiração (textos do Antigo Pacto e textos históricos) do que a REVELAÇÃO entregue por Jesus Cristo Ressuscitado ao apóstolo dos gentios. Todos esses líderes vivem vociferando aos quatro ventos o “fato” de o cânon bíblico (leia-se os sessenta e seis livros contidos atualmente na Bíblia protestante) ser algo “de Deus”, colocando — erroneamente — todos os livros no “mesmo pacote”.

 

Muitas das argumentações que são apresentadas contra a mensagem do Evangelho da Graça vêm de uma péssima interpretação do versículo citado no início deste texto. Nele, Paulo diz que TODA A ESCRITURA é “divinamente inspirada”. Daí, quando dizemos que nesta Nova Aliança devemos nos basear nas Quatorze Epístolas de Paulo (onde se encontra compilada a revelação do Evangelho da Graça de Deus), muitos dizem que não é assim que funciona já que “toda a Bíblia” é divinamente inspirada. Mas, será que Paulo realmente estava dizendo isto? Não, não estava.

 

Vamos entender o que o apóstolo afirmou em 2ª Timóteo 3:16. Quando Paulo se refere à Escritura, ele não está falando de toda a Bíblia evangélica (ou católica). Ele, na verdade, está se referindo aos textos contidos no Antigo Testamento — até porque, na época de Paulo não havia a Bíblia como a conhecemos hoje. Assim, a “Escritura” é o conjunto de livros contidos de Gênesis a Malaquias. Estes livros, sim, foram divinamente inspirados. E o que isto significa? Bem, a inspiração criativa — para a escrita, no caso — é uma vontade, um entusiasmo que surge na vida daquele que se propõe a realizar algo. No caso, os autores das Escrituras (Velho Testamento) foram influenciados por Deus, isto é, receberam dEle a energia criativa (inspiração) para escrever. Assim sendo, Paulo diz que, por causa disso, os textos do Antigo Pacto, não obstante este já ter sido abolido por Cristo (2ª Coríntios 3:14), ainda servem para ensinar, argumentar e instruir. Em outras palavras, não devemos ter os textos do Velho Pacto como referência plena para a vida cristã, mas podemos utilizá-los quando necessário, tendo o cuidado de discerni-los à luz da Nova Aliança. 

 

Por outro lado, as Quatorze Epístolas não foram apenas inspiradas; elas são fruto de REVELAÇÃO. O que é bastante diferente. Paulo relata que foi levado ao Terceiro Céu (ao Paraíso – 2ª Coríntios 12:1-5) e que lá recebeu “palavras inefáveis”. Estas são, nada mais, nada menos que a Revelação do Evangelho para esta Nova Aliança (o Evangelho da Incircuncisão; a Palavra da Graça). Assim, fica evidente que nos seus escritos — devidamente contextualizados — se encontra TODA a referência de vida cristã que o povo de Deus precisa.

 

Lamentavelmente, no entanto, a maioria do povo que diz “ser de Deus” prefere supervalorizar aquilo que é apenas inspiração e deixar em segundo plano algo infinitamente mais relevante que é a REVELAÇÃO. E vale lembrar que boa parte dos quatro primeiros livros históricos (Mateus, Marcos, Lucas e João) ainda relata o Antigo Pacto, já que o Novo só passou vigorar da ressurreição em diante. Os livros do Velho Testamento foram inspirados, mas a genuína revelação só encontramos naquilo que Paulo recebeu do Cristo Ressuscitado no Paraíso; e este entendimento, como já dissemos, se encontra em suas Epístolas.

 

“Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens. Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo.” (Gálatas 1:11-12)

 

DEUS JÁ NOS ABENÇOOU!

 








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