Por Cristiano França
(Instagram: cfeleito)
“E tudo quanto fizerdes, FAZEI-O DE CORAÇÃO, como ao Senhor, e não aos homens.” (Colossenses 3:23)
Muitos não entendem qual a nossa motivação para fazermos a Obra do Senhor se pregamos (e termos certeza) que já fomos salvos. O fato é que, infelizmente, as pessoas foram habituadas pelas mentiras do sistema religioso a buscarem fazer uma “barganha” com o Eterno no que se refere à Salvação eterna. Durante anos, eu, por exemplo, lutei e fiz a obra (que achava ser de Deus) sempre pensando em ganhar a minha Salvação e sempre achando que não era digno dela, por mais que me dedicasse de maneira ávida às tradições de homens nas denominações que pertenci. Lamentavelmente, a grandiosa maioria do povo do Senhor ainda vive nesta mentira, tendo como motivação para o trabalho espiritual apenas o medo de “não ganhar” a Salvação ou por medo de perdê-la, o que, à luz do Evangelho, é um total absurdo, visto que a Salvação é um presente de Deus que nos foi dado sem nenhum tipo de exigência, mas pelo Seu infinito amor por nós:
“Porque pela Graça sois salvos (…) isto não vem de vós, é um dom de Deus; NÃO VEM DAS OBRAS, para que ninguém se glorie.” (Efésios 2:8-9)
A nossa Salvação não pode ser perdida simplesmente porque não depende nós mantê-la (1ª Coríntios 1:7-8).
Por mais que os religiosos digam que fazem a Obra por amor, sempre há, no fundo, um desejo de trocar com Deus o esforço pela Salvação. Porém, a verdadeira motivação para cumprirmos o nosso chamado não pode ser o desejo de ganharmos a Vida Eterna (pois já a temos para sempre). O que deve nos mover é o amor. E é isto que nos impele em Graça. Nós amamos o Senhor, a Sua obra e o Seu chamado em nossas vidas, e cumprimos nossa santa vocação através deste sentimento. Além do mais, há outro sentimento que, unido ao amor, torna praticamente impossível deixar de cumprir a vontade do Pai: A GRATIDÃO.
“A palavra de Cristo habite em vós ricamente, em toda a sabedoria; ensinai-vos e admoestai-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, louvando a Deus COM GRATIDÃO EM VOSSOS CORAÇÕES.” (Colossenses 3:16)
Quando pensamos em tudo que o Senhor fez (e ainda faz) por nós, a motivação para realizar a Sua obra cresce de maneira exponencial.
Além de nos dar a Salvação gratuitamente, o Senhor Deus ainda promete nos recompensar por aquilo que fazemos em Sua obra:
“Ora, uma só coisa é o que planta e o que rega; e cada um receberá o seu galardão segundo o seu trabalho.” (1ª Coríntios 3:8)
Apesar desta promessa da recompensa ser maravilhosa, penso que o Galardão não deve ser o maior motivador de nossas atividades no Reino de Deus. Vejo o galardão como mais um incentivo, mas não o principal (que deve ser sempre o amor).
Aproveitando o ensejo deste texto, quero falar de outro fator que deve nos mover que é o amor às ovelhas de Deus. Há algo maravilhoso que, normalmente, ocorre na vida de quem conhece o Evangelho da Graça: o desejo de levar esta Palavra adiante. Não podemos permitir que este sentimento de salvar vidas se perca de nosso horizonte ao longo do tempo. O apóstolo Paulo jamais deixou de lado a sede levar a Salvação a todos. O apóstolo dos gentios usava de todos os artifícios que estivessem ao seu alcance para salvar as ovelhas do Senhor da religião, do mundo, da idolatria, das obras da carne etc.:
“Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos (…) para por TODOS OS MEIOS chegar a salvar alguns.” (1ª Coríntios 9:22)
Abençoados, este texto é um chamado para que amemos a Obra de Deus e as Suas ovelhas que estão perdidas sem conhecerem a Graça. Devemos unir sempre este lindo sentimento com a gratidão para que esta mistura se torne um combustível poderoso para realizarmos aquilo que nos está proposto, que é cuidarmos do Reino que nosso Deus já nos entregou (Hebreus 12:28). Nunca, no entanto, devemos “barganhar” com Ele, sabendo que o Galardão é apenas uma recompensa que nosso Deus nos dará pela Sua infinita misericórdia (1ª Coríntios 15:58).
Deus já nos abençoou!