Por Cristiano França
(Instagram: @cfeleito)
“O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar.” (Mateus 24:35)
A espantosa maioria das pessoas que se rotulam como cristãs desconhece que os acontecimentos profetizados por Jesus de Nazaré ― que estão registrados, por exemplo, no capítulo vinte e quatro do livro histórico de Mateus ― já se consumaram. Devido à má interpretação que o sistema religioso faz das profecias de Jesus direcionadas aos judeus de Sua época (e não à Igreja no futuro), muitos hoje em dia ainda estão, erroneamente, à espera do cumprimento de Suas predições.
O verbo “passar” em Mateus 24:35 vem do grego “parerkomai” (παρέρχομαι) e significa algo como: “pessoas que se deslocam para frente”, “ato de continuar” (principalmente em relação à passagem do tempo), “passar por” etc. A maioria interpreta o “passar” como “ser destruído”. Mas, à luz do Evangelho, o entendimento de que o céu e a terra serão aniquilados não faz o menor sentido:
“Uma geração vai, e outra geração vem; mas a terra permanece para sempre.” (Eclesiastes 1:4)
Deste modo, a interpretação perfeita do que Jesus disse a respeito do céu e da terra é que eles continuariam ao longo do tempo. Cristo assegurou que o céu e a terra iriam seguir, isto é, passar de daquela geração e seguir eternamente para as demais gerações futuras, mas as Suas palavras proféticas iriam se cumprir no tempo determinado. E se cumpriram de fato.
Na cruz, Jesus cumpriu tudo aquilo que a Lei exigia e ressuscitou para que fôssemos justificados:
“O qual por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação.” (Romanos 4:25)
Após a ressurreição de Cristo ainda faltava se cumprir o “terceiro ato” da Salvação, a saber, a Sua vinda triunfante em Seu Reino. Sendo assim, havia de se cumprir o que costumo chamar de Período de Transição entre a Lei e o estabelecimento definitivo da Graça, pois as profecias de Jesus de Nazaré tinham uma época certa para se realizarem ― o ano 70 depois de Cristo ― e até que este tempo chegasse a Lei ainda era venerada e cumprida plenamente no Templo da religião judaica. Com o cumprimento de tudo que Jesus previu, chegou para o mundo o tempo da reforma de todas coisas:
“Que é uma parábola para o tempo presente, conforme a qual se oferecem tanto dons como sacrifícios que, quanto à consciência, não podem aperfeiçoar aquele que presta o culto; sendo somente, no tocante a comidas, e bebidas, e várias abluções, umas ordenanças da carne, impostas até o tempo de reforma.” (Hebreus 9:9-10)
Com a destruição da Cidade de Jerusalém e a queda do Templo no ano 70, a Lei teve o seu fim definitivo e a reforma se concluiu. E como Jesus havia dito, o céu e a terra passaram por este período, alcançando a plenitude da Graça, onde a Criação finalmente pôde ser liberta do cativeiro da corrupção, como Paulo havia profetizado:
“Porquanto a Criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que também a própria Criação há de ser liberta do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.” (Rom. 8:20-21)
A redenção da Criação começou na cruz quando todo o cosmos fora reconciliado por Cristo (2ª Coríntios 5:19) e se concluiu no retorno de Cristo em Juízo sobre Israel no septuagésimo ano da era cristã. Os céus e a terra passaram de uma realidade de escuridão e separação de Deus para estarem mais uma vez unidas ao Seu Criador e livres do cativeiro do Antigo Pacto.
Jesus já renovou todas as coisas! Já vivemos em uma Nova Criação!
“...As coisas velhas já passaram; eis que TUDO SE FEZ NOVO.” (2ª Coríntios 5:17)
TUDO JÁ FOI CONSUMADO! SOMOS ABENÇOADOS!
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