Por Cristiano França
(Instagram: cfeleito)
“Seria esse o jejum que eu escolhi? O dia em que o homem aflija a sua alma?” (Isaías 58:5)
O jejum de alimentos, conhecido no Velho Testamento como “aflição da alma”, é um dos ritos da religião judaica que, lamentavelmente, mais se faz presente no meio da Igreja do Senhor nesta Nova Aliança. A este jejum cerimonial judaico são atribuídos vários supostos poderes, tais como: santificação diante de Deus, busca de poder espiritual, purificação de pecados, “quebra” da vontade da carne etc. Porém, a inutilidade deste ritual é muito evidente na Palavra do Evangelho ― de modo que com uma breve conferida em algumas verdades bíblicas podemos constatar a imprestabilidade desta cerimônia neste Novo Pacto.
1) Não precisamos jejuar para santificação diante de Deus, pois Ele mesmo já nos santificou de uma vez por todas através de Sua Oferta:
“É nessa vontade (não pelo jejum) que fomos santificados; pela oferta do corpo de Cristo, feita uma vez para sempre.” (Hebreus 10:10)
2) Não precisamos de jejum para buscar poder espiritual, pois o Poder de Deus já opera em nós pela presença do Espírito Santo, independentemente de qualquer outro fator.
“Ora, Àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o Seu poder que em nós opera.” (Efésios 3:20)
3) Não precisamos de jejum para purificação de pecados, pois o Senhor já nos livrou deles de uma vez por todas na cruz.
“Que não necessita, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, e depois pelos do povo; porque isto fez Ele, uma vez por todas, quando Se ofereceu a Si mesmo.” (Hebreus 7:27 – conferir Colossenses 2:13 e 14 e Hebreus 9:26)
4) Não precisamos de jejum para “quebrar” a vontade da carne, pois quem nos auxilia nesta batalha é o Espírito Santo, não um ritual religioso judaizante.
“…mas, se pelo Espírito (não por jejuns) mortificardes as obras do corpo, vivereis; (…) e os que são de Cristo Jesus já crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências.” (Romanos 8:13; Gálatas 5:24)
Apenas com estes pequenos exemplos podemos constatar a ineficácia da prática do jejum de alimentos e a grande perda de tempo que significa este ritual da Lei na vida do povo de Deus.
Além dos ensinos de Paulo que vimos anteriormente no texto, o próprio Jesus, mesmo vivendo debaixo da Lei, descartou a prática do jejum para aqueles que O têm consigo. Jesus deixou claro:
“…Enquanto o Esposo (isto é, o próprio Jesus) estiver presente, não podem jejuar. Mas dias virão em que lhes será tirado o esposo, e então jejuarão naqueles dias.” (Marcos 2:19)
Jesus foi tirado por um período (do dia de Sua morte até a Sua ressurreição), e os discípulos jejuaram naqueles dias; mas hoje Jesus Cristo habita em nós (Colossenses 1:27) e, por isso, não precisamos mais de jejuns, pois o Esposo está presente.
Uma vez que o jejum de alimentos não é legítimo neste Novo Pacto, qual seria o Verdadeiro Jejum que devemos praticar e que Deus recebe desde a época da Lei? Encontramos esta resposta no livro de Isaías:
“Acaso não é este o jejum que escolhi: que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo? E que deixes ir livres os oprimidos, e despedaces todo jugo? Porventura não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desamparados? Que vendo o nu, o cubras, e não te escondas da tua carne?” (Isaías 58:6-7)
Ou seja: o genuíno e único “jejum” que deve ser praticado é a libertação de vidas da religiosidade e do mundo, e o apoio àqueles que necessitam. São estas atitudes que o Senhor recebe como práticas autênticas da fidedigna fé cristã, firmada na Nova Aliança.
DEUS JÁ NOS ABENÇOOU!