Por Cristiano França
(Instagram: cfeleito)
“Porque o Senhor assim no-lo mandou: Eu te pus para luz dos gentios, a fim de que sejas para salvação até os confins da terra.” (Atos 13:47)
Não restam dúvidas de que o Ministério preparado por Deus para o apóstolo Paulo tinha como principal alvo os gentios — a saber, todos os demais povos que não vinham da linhagem israelita. E não poucas vezes Paulo fez questão de confirmar este chamado com suas próprias palavras:
“Porque convosco falo, gentios, que, enquanto for apóstolo dos gentios, exalto o meu ministério.” (Romanos 11:13)
“Para o que (digo a verdade em Cristo, não minto) fui constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios na fé e na verdade.” (1ª Timóteo 2:7)
“Para o que fui constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios.” (2ª Timóteo 1:11)
Este mover do Eterno em relação aos não hebreus, separando Paulo principalmente para este segmento ministerial, é algo perfeitamente compreensível, uma vez que a Mensagem revelada a ele através de Jesus Cristo Ressuscitado não tinha compromissos com a perpetuação das obras da Lei e, claro, com todo o raciocínio do Antigo Pacto, já que esta Aliança anterior à cruz foi feita apenas entre Deus e o povo de Israel e se tornou obsoleta a partir da instauração da Nova Aliança (Hebreus 8:13).
“Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei.” (Romanos 2:14)
Sem ter convivido com a Lei e seus mandamentos e com toda cultura que era exclusiva dos hebreus, os gentios precisavam de um Evangelho que não trouxesse em seu bojo todo aquele conceito antigo. Assim sendo, a Doutrina da Graça “veio bem a calhar”. Contudo, será que esta Revelação é só para os gentios? A resposta é NÃO, pois a Mensagem da Nova Aliança não veio em função dos gentios. Os gentios é que puderam participar do Reino em função do Evangelho da Graça.
A Mensagem da Graça de Deus é universal e o chamado de Paulo confirma isto:
“Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este (Paulo) é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos FILHOS DE ISRAEL.” (Atos 9:15)
Este texto demonstra claramente que a Mensagem que Paulo defendia era também para os hebreus; porém, o apóstolo dos gentios não desenvolveu plenamente seu Ministério entre os judeus, pois os doze apóstolos foram enviados ainda por Jesus de Nazaré para levar a mensagem do Reino (a informação de que o Messias já tinha vindo) até aquele povo (Mateus 10:6-7). Além disso, houve um acordo de Paulo com os da circuncisão (Gálatas 2:9) que dividiu os ministérios.
Com a manifestação do Juízo de Deus sobre Israel (no ano 70 dC) a mensagem do Reino aos judeus se tornou obsoleta e a incumbência dos doze apóstolos terminou. Deste modo, a partir daquele momento, com a queda do Templo e o fim pleno da Lei, os israelitas alcançaram total liberdade para viverem submetidos à Mensagem da Graça de Deus e se livrarem do peso das obras da Lei. Assim sendo, o ideal é que, após obterem a revelação da Graça, todos os hebreus vivam como gentios, a fim de não correrem o risco de ressuscitar o Antigo Pacto em suas vidas.
“Para a liberdade Cristo nos libertou; permanecei, pois, firmes e não vos dobreis novamente a um jogo de escravidão.” (Gálatas 5:1)
SOMOS ABENÇOADOS!