Por Cristiano França
(Instagram: cfeleito)
“Mas de nada faço questão, nem tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do Evangelho da Graça de Deus.” (Atos 20:24)
O apóstolo Paulo foi levado por Cristo ao Terceiro Céu para, segundo ele, ouvir do Senhor “palavras inefáveis” (2ª Coríntios 12:4). O próprio apóstolo, aliás, diz que sequer deveria tê-las ouvido por se tratar de revelações incomensuravelmente preciosas. O entendimento que Paulo recebeu de Jesus Cristo Ressuscitado no Paraíso foi denominado por ele, como podemos ver no versículo inicial do texto, de Evangelho da Graça devido à principal característica da Mensagem, a saber, a explanação perfeita de tudo que Cristo realizou no Calvário e concedeu gratuitamente ao Seu povo. Não por acaso, Paulo chamou a sua pregação também de Palavra da Cruz (1ª Coríntios 1:18).
Durante muitos anos, ao longo do tempo em que pertenci ao sistema religioso Batista tradicional, eu ouvi falar da Graça de maneira muito tímida. E na congregação pentecostal, onde passei a maior parte da minha vida religiosa, nem mesmo um pequeno fragmento deste conceito era citado. Hoje em dia, como costumo dizer, pregar a Graça virou “moda”, ou seja, atualmente todo mundo diz que prega a “graça”. Mas, será que o genuíno Evangelho revelado a Paulo está mesmo sendo pregado?
Antes de qualquer outra coisa acho importante dizer que, para mim, não existe um ministério ou pregador contemporâneo que conheça de maneira plena a Mensagem da Graça. Na verdade, no meu modo de ver, somente Paulo recebeu plenamente a Revelação, pois Ele foi o único até hoje que esteve com Cristo no Terceiro Céu para receber diretamente de Sua boca a verdade para este Novo Pacto (apesar de alguns que hoje afirmam que foram “arrebatados” por Deus assim como Paulo ou que estiveram “pessoalmente” com o Espírito Santo para receberem a revelação da Graça, ente outras aberrações. Obviamente, tais afirmações não passam de mentiras de líderes fraudulentos). Nós que atualmente procuramos edificar sobre o fundamento que Paulo deixou estamos apenas tateando, buscando nos aproximar o máximo possível da genuína Revelação ― ao menos esta deveria ser a postura de todos que evocam para si a alcunha de “pregadores da Graça de Deus”.
Temos que aprender a filtrar todas as “graças” que são pregadas mundo afora para sabermos se estão próximas ou não da genuína Mensagem paulina. Por exemplo: há certa denominação famosa aqui no Brasil ― que tem “Graça de Deus” em seu nome ―, onde o líder afirma, dentre outras heresias, que é possível um filho de Deus “perder a Salvação eterna”. Definitivamente este tipo de ensino está totalmente alheio ao que o Eterno nos revela por meio da Palavra da Graça.
Como já disse, entendo que ninguém tem cem por cento do conhecimento da Graça. Contudo, penso que, mesmo assim, é possível considerar um ministério como sendo verdadeiramente da Graça apenas pelo seu esforço em se manter distante de certos conceitos. Em outras palavras, no meu modo de ver, ainda que nenhum ser humano hoje em dia tenha o pleno conhecimento da Revelação do Novo Pacto, é possível reconhecermos uma doutrina como sendo genuína. Para isto, basta observarmos se certos elementos heréticos estão fora de seu escopo. Vejamos alguns exemplos:
1) Dízimo
O apóstolo Paulo e os demais apóstolos (nem mesmo eles!) nunca falaram que o Dízimo devia ser praticado pela Igreja. Qualquer pregador atual que defenda tal prática não pode ser considerado um propagador da genuína Mensagem da Graça.
2) Ensino sobre a existência do suposto inferno espiritual de fogo eterno
Paulo nunca falou da existência deste “inferno espiritual de fogo eterno” criado pela religião. Aliás, em nenhum lugar da Bíblia encontramos respaldo para tal entendimento.
3) Santa Ceia
Os termos “Santa Ceia” e “Eucaristia” sequer são encontrados na Bíblia. O que vemos no texto bíblico é a Ceia do Senhor, que nada mais foi do que a última Páscoa judaica que Jesus de Nazaré praticou com Seus discípulos antes de Sua morte, onde Ele aproveitou para transmitir a eles um dos maiores conceitos da vida cristã ― conceito este totalmente deturpado pela Igreja dos Coríntios, diga-se de passagem. Ou seja, em momento algum Jesus de Nazaré estava instituindo uma “nova cerimônia” para o Novo Pacto, como alguns afirmam.
(Recomendo nosso estudo “A verdadeira Ceia do Senhor” que se encontra em nosso canal no Youtube).
4) Línguas “estranhas” pentecostais (e similares)
Esta é uma das maiores anomalias doutrinárias já criadas no meio religioso. Tais “línguas” (faladas pelos pentecostais, católicos carismáticos e algumas denominações que se dizem “da Graça”) não se encontram na Bíblia. O dom de línguas genuíno é aquele em que os indivíduos falam, por meio do poder do Espírito Santo, um idioma terreno que eles não dominam. Recomendo nosso estudo no Youtube (em dois vídeos) sobre este tema: “A verdade sobre o dom de línguas”.
5) Cair no poder de Deus
Esta prática maldita é mais um dos frutos podres advindos do sistema pentecostal. Infelizmente, vários ministérios que se dizem “em Graça” têm esta heresia como exercício comum em suas reuniões.
Enfim, se encontrarmos em uma doutrina uma ou mais destas teses heréticas (lembrando que estes exemplos citados acima são algumas das heresias existentes; há muitas outras no meio dos que se dizem “pregadores da Graça”), devemos rechaçá-la totalmente, já que, como o próprio apóstolo dos gentios afirmou:
“Um pouco de fermento leveda a massa toda.” (Gálatas 5:9)
DEUS JÁ NOS ABENÇOOU!