Por Cristiano França
(Instagram: cfeleito)
Durante muito tempo busquei respostas para esta pergunta: por que a Mensagem da Graça, depois de tanto tempo (nosso Ministério, por exemplo, completou quinze anos de trabalho em 2020), continua ainda tão pouco difundida em relação à mensagem religiosa? Posso estar errado, mas a impressão que tenho é esta. É claro que alguns anos atrás a pregação que evidencia a Nova Aliança era ainda bem menos difundida. Mas, o sentimento que tenho é que a Palavra da Graça continua “encoberta”, ou seja, é algo que ainda não “caiu na boca do povo”. Com toda certeza, a grande maioria das pessoas no mundo — sejam evangélicas, católicas ou de outras crenças — jamais ouviu falar da Doutrina genuína da Graça.
“Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? Como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: ‘Quão formosos os pés dos que anunciam o Evangelho de paz; dos que trazem alegres novas de boas coisas’.” (Romanos 10:14-15)
É óbvio que esta pouca difusão da Graça tem um motivo (ou vários!). Alguns defendem que o fato de não haver uma unanimidade (uma espécie de concílio das “igrejas em Graça”) é uma dificultação ao avanço da Mensagem. Mais uma vez posso estar errado, mas não consigo concordar com esta tese, porque o movimento evangélico ou protestante está longe de ser unânime em suas doutrinas e isto não impede o crescimento constante deste segmento do cristianismo, apesar de suas diversas “versões”.
Certa vez um irmão entrou em contato comigo e perguntou se o fato de a Graça não avançar mais não seria por causa do que Jesus de Nazaré falou sobre os “poucos escolhidos” (Mateus 22:14). Vou transcrever a seguir uma parte da resposta que mandei a ele:
Eu sempre tomo cuidado com esta passagem bíblica, pois o contexto se refere aos hebreus (Jesus, na verdade, falava deles e não da humanidade toda). De qualquer forma, mesmo que Jesus estivesse falando de toda a humanidade, ainda assim, os “poucos” seriam muito mais do que os que atualmente estão em Graça. A minha questão, na verdade, não é por que as pessoas “recebem pouco” a Graça, mas, sim, por que a Mensagem da Graça, enquanto doutrina, não avança mais; não está mais na mídia; não é mais discutida etc. Por exemplo: a Doutrina da Graça, como a defendemos, que eu saiba, sequer é estudada em faculdades de teologia como uma “opção válida” de doutrina cristã. Não é que as faculdades teológicas tenham algum tipo de importância — para mim não têm mesmo! —, mas isso demonstra que a Graça ainda é muito pouco conhecida, independentemente se Ela é bem recebida ou não pelas pessoas.
Seguem abaixo os três principais motivos que, na minha opinião, são determinantes para a pouca propagação da Palavra da Graça.
1) FALTA DE ZELO COM A CAUSA DO REINO.
Paulo disse aos romanos: “Nunca lhes falte o zelo...” (Romanos 12:11 – Nova Versão Internacional). Não foi à toa que o apóstolo dos gentios falou isto. Infelizmente, quando conhecem a liberdade da Graça, muitos se deixam levar pela carne (Gálatas 5:13) e abandonam o compromisso com a Obra do Reino: não querem envolver-se e comprometer-se com o trabalho reinista, não querem oferecer o culto racional a Deus, raramente buscam o estudo da Palavra, contentando-se apenas com o “básico da Graça”, enfim. O correto seria que, após conhecerem a verdade do Novo Pacto, todos tivessem seu empenho pela causa da Fé multiplicado exponencialmente (ao menos foi o que ocorreu comigo e com muitos outros irmãos que conheço).
2) FALTA DE APOIO.
A genuína Graça apregoa o fim da prática do dízimo, já que este tem relação apenas com o Antigo Pacto e com o povo hebreu. Sendo assim, com o entendimento acerca do fim do dízimo (somado ao esfriamento do zelo citado acima) muitos que antes davam nas igrejas do sistema religioso ― além do dízimo ― ofertas alçadas, carnê do aluguel, envelope do sacrifício, envelope da campanha, entre outros, hoje, mesmo podendo, não contribuem em Graça. Não são todos, obviamente, mas a constatação é triste: a maioria age assim. Com isso, vários projetos ministeriais de evangelização ficam engavetados por falta de recursos e isto, evidentemente, faz com que a Palavra avance menos.
3) VERGONHA DE FALAR DA GRAÇA PARA AS PESSOAS MAIS PRÓXIMAS.
O conhecimento da Graça não nos foi dado para que o guardemos para nós. Porém, muitos não se preocupam ou têm vergonha de falar da Palavra para as pessoas, principalmente as mais próximas. Não falam da Graça para os amigos, familiares, colegas de trabalho, de escola etc. Desta forma, várias pessoas que já poderiam estar em Graça nunca ouviram falar da Palavra Predestinada de Sabedoria.
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Se hoje você está submetido à Palavra da Graça, reveja seus conceitos, caso se encaixe em uma ou mais dessas hipóteses.
“Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns.” (1ª Coríntios 9:22)